Singularidade e o futuro do relacionamento com o cliente

Cada dia que passa temos ouvido falar mais e mais em singularidade. Nestes casos, a maioria das pessoas está se referindo à extraordinária velocidade nos avanços tecnológicos, diante do quais, a inteligência artificial é capaz de provocar alterações relevantes na sociedade e na forma como vivemos. Sendo utilizado de maneira específica em diversas áreas do conhecimento, o conceito  de singularidade é mais amplo e se refere à forma como apresentamos características físicas e comportamentais dos seres humanos que diferem do considerado padrão.

Nas últimas décadas, a forma com que nos relacionávamos com clientes e consumidores era boa o suficiente (boa para as empresas e suficiente para o cliente), mas com a busca por excelência, melhores resultados, uso de tecnologias exponenciais pelas empresas e o empoderamento do cliente, o suficiente deixou de ser suficiente.

Claro que as formas com que lidamos, dialogamos e nos relacionamos com nossos clientes são influenciados por todos estes movimentos, mas precisamos olhar para trás e recuperar um ingrediente que está sendo deixado lá atrás neste novo mundo digitalizado, singular: VOCÊ.

Você é, neste momento de transição, o que possibilita a singularidade tecnológica, estas mudanças digitais, o crescimento de desintermediação e da automação. Sabemos que é um caminho sem volta.

A forma com que clientes escolhem, pesquisam, compram, reclamam nunca mais será a mesma. Estas novas características cognitivas e psicológicas do desenvolvimento são chamadas de singularidade humana.

Conquistar ou perder um cliente nunca foi tão fácil e rápido. O que você está fazendo para mudar isso? Como você e sua empresa irão sobreviver a esta tempestade perfeita de mudanças? Apenas ser disruptivo (mais uma palavra com viés de tecnologia) não é mais o suficiente, pois isso é o pretinho básico. Podemos sim, usar as novas tecnologias no processo de simular, predizer, atuar, mas não no processo de “SER”.

Para que as empresas sobrevivam neste novo mundo singular, a relação tecnologia, empresa, cliente tem – necessariamente - que passar por uma mudança radical no entendimento do “SER”, no fomentar a criatividade, imaginação, compaixão, ética, moral e valores – ou seja, focar no pensamento humano. 

Só o pensamento humano é capaz de ter insights humanos e sabedoria para usá-los. Clientes só irão se relacionar com empresas e marcas por causa das experiências criadas. 

Criadas por humanos.

Por Christiano Ranoya, CEO da Indico.